A docência

19/02/2015 15:31

 

 

 


Prof. Casemiro de Medeiros Campos

Faz doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará – UFC, é mestre em educação/UFC, professor, pesquisador na área de formação de professores,educação superior e avaliação. Participa do Grupo de Pesquisa em Avaliação Curricular da FACED/UFC.  É gestor e consultor em educação. Publicou pela Editora Vozes - Saberes Docentes e Autonomia dos Professores, 2ª. edição, 2009, e pela Editora da UFC -  Educação: Utopia e Emancipação, 2008. Participou da organização dos livros lançados pela Editora da UFC - Gestão Escolar: Saber Fazer, 2009, e Da Teoria à Prática: A Escola dos Sonhos é Possível, 2010. Pela mesma editora é coautor do Ética e Cidadania: Educação para a Formação de Pessoas Éticas, 2010. Publicou em 2010, pela Editora Paulinas, Gestão Escolar e Docência e, pela Editora Melo, Gestão Escolar e Inovação. Em 2011 publicou pela Educando Filhos que Fazem a Diferença e participou como um dos organizadores de Filosofia em Onze Atos, Editora Caminhar, 2011.

 

 

A Docência

 

O magistério é uma das profissões mais complexas. O seu conteúdo é a própria humanidade. A ação docente não se limita ao ensino, à sala de aula ou a escola. O seu conteúdo é identificado com a própria humanidade. Ou seja, fazer no outro a humanidade partilhando crenças, emoções, afetos e valores, promovendo na pessoa humana o sentido da vida.

  

A docência é uma prática carregada de sentido, marcada por uma ambiência, situada numa realidade em que se busca realizar por um ato finito, o ser infinito do humano. Assim, a razão que orienta o saber docente é constituída por uma racionalidade limitada. O professor desenvolve pela sua experiência uma prática que mediada pela reflexão, gera um conhecimento que lhe é especifico. Não existe receita para se formar um bom professor. No entanto, é daí que emerge a ambigüidade da docência. O que garante a docência? Qual o resultado do trabalho dos professores? Qual a certeza de se conseguir o que se planejou no final da atividade proposta pelos professores? Será que basta a formação numa licenciatura para ser um bom professor? Se a formação universitária não assegura a formação de um bom professor, de que vale a universitarização da profissão? O que faz um bom professor? No seu cerne a docência é um ofício, que se faz modernamente como uma profissão. Portanto, se aprende ser professor por uma conquista de ser humano, fazendo no outro a própria humanidade, é pela alteridade de reconhecer o outro que se faz a docência. Daí não é simples a formação de professor. É um desafio contínuo ser professor. É uma conquista que se faz dia-a-dia, em cada atividade, na aula, na sala de aula, na escola, com os alunos, com os colegas professores e até com os pais dos alunos.

 

A prática docente é uma ação concebida pelas circunstâncias que marcam a nossa própria humanidade. O conteúdo de uma aula, não está apenas no conteúdo a ser ensinado, mas na realização da formação do humano outro ser humano, que se faz educando.

 

Mas a ação docente dos professores no seu trabalho é uma atitude profissional, pessoal e política. O professor é sujeito que desafiado pela responsabilidade frente às demandas da sociedade, tem no seu compromisso com a utopia e a emancipação uma tarefa ética de respeito incondicional a dignidade do ser humano.

 

Por isso educar é um fazer do impossível como nos diz Freud, ou mesmo uma tarefa do irrealizável, pois, “ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho. Educar é um ato de amor, é um ato de comunhão entre os homens”, como nos ensina Paulo Freire.